quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Eu me rendo


De frente pro mar. Com a esteira em cima da areia. Com a perna encolhida, minha perna dobrada, minha coxa de fora com a saia surrada.

Tecendo e marcando os pontos da renda. Minha renda rendendo, minha renda dobrada, estatelada. Ponto a ponto, paciência Maria que do seu lado tem mais tantas rendeiras como você, tão tristes como você.

Rendeiras que cantam, cruzam um ponto, choram e passam o outro. Rendeiras que esperam. Pacientes, esperam.

O meu homem lá no canto, furando a terra, buscando a água pra curar a secura. Meu Lampião na labuta.

Eu com os bilros de mão em mão, e um cheiro ácido de cajá. Ouço de longe um galo cantar enquanto um caminhão lotado de gente pega seu pau de arara pra fugir da seca. Um povo carregando coragem e vontade de trabalhar.

Se eu não tivesse tão seca como a terra, pedia pro meu homem pra gente ir junto. Pedia pra gente fugir daqui.

Mas é que a secura já ta em mim, e de mim não tem como fugir.

sábado, 2 de outubro de 2010

'uma noite longa, pra uma vida curta'

De cima do apartamento, lá no ultimo andar. O vento é mais forte, mais cortante.
O vento faz a cortina dançar bem clichê.
Os postes de luz da rua ficam la embaixo dando a impressão de que ninguém vai olhar tão alto que possa vê-la. Nem mesmo ouvi-lá. O poste ilumina os andares de baixo. O seu andar não.
Então ela acende aquele abajur velho. Daquela porcelana bege. Feio, mas ainda serve pra alguma coisa.

Enquanto um manhoso Chico canta lento. O abajur tão lento quanto o Chico se acomoda na mesa,bem do lado de um cinzeiro antigo que espera o fracasso dela para receber as cinzas de um cigarro novo.

Lya luft e Clarisse, tão esquecidas na prateleira do quarto. Até tinham bons conselhos para lhe oferecer. Mas ela se lançou no sofá como quem desistisse de lutar. Como quem quisesse apenas atrasar o começo do dia.




domingo, 26 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

E depois, sem pedir licença me jogou dentro do apartamento.
Fechou a porta com um dos pés, enquanto o outro sustentava o meu e o seu corpo.
Conseguiu distrair minha ira e acelerar minha pulsação.
Abriu a camisa, chutou pra longe o sapato.
Me tirou a roupa, os sapatos e a fala.
Desenhou todo meu corpo com a sua língua. Me rabiscou com seus dedos.
Fechou a porta, foi pra rua pegar a outra. E foi com ela que ele foi embora.
Mudou o número, esqueceu meu nome, deixou a camisa.
Invasão domiciliar é crime, e talvez ele não saiba mas não se bole com sentimento de mulher.

domingo, 22 de agosto de 2010

Ela.

Ela permitia que lhe esfregassem e borrassem o seu batom. Mas nunca deixou uma gota do seu rimel escorrer.
Desde o dia em que se sentou no chão, se olhou de perto, se sentiu mulher, se fez segura... nunca mais deixou que em suas mãos, colocassem um anel.
Ela era amante, e sabia que para ser a outra é necessário ter vocação e frieza. E também ela já estava gelada demais para paixões.
Então ultrapassou limites, transcedeu regras.
Com ele não haviam palavras, passavam de silêncio absoluto para gemidos.
E era assim que deveria ser.
Estava tudo combinado, embora não tivessem dito se quer uma palavra.
Ela saia do salto somente se fosse para ir para a cama e acendia seu cigarro somente depois que ele fosse embora. Ele ia embora sem dizer quando voltava.
Até que ela decidiu ir embora, mas achou melhor nunca mais voltar.
Ela cansou de reticências, preferiu ponto final.
Um Cabernet lhe cairia bem. Lhe faria tirar da boca o gosto da noite passada.
Também lhe faria suprir a falta de cigarros. De drogas.
Qualquer atriz deveria entender que como o palco, hora ou outra sua cama também estaria vazia. Assim como o peito, o copo, os olhos.
É que depois de noites de equívocos, tudo fica meio picotado. E essa coisa de misturar sentimento com tesão lhe caia bem. Isso de arrancar pedaços, prender com as unhas, os dentes, as pernas...
Agora ela estava com sua última garrafa já pela metade, a taça encostada no rádio e o olhar caído. A maquiagem borrada e restos do cheiro de ontem. Não sabia muito bem o que fazer com as lembranças, então achou melhor deixa-las de canto e depois pensaria nisso.
Por hora, sua vontade era colocar na nuca os lábios molhados. E deixar ao pé do ouvido as palavras não ditas, as palavras malditas.

domingo, 1 de agosto de 2010

Não sei a hora, a data.
Não tenho mais celular, endereço nem nome. Não atendo a porta, não abro a janela.
Eu preciso me zerar, me anular, me perder. E só depois tentar me achar.
Eu nunca soube administrar minhas perdas. Não engolia que algo podia ir pra não mais voltar.
Ainda abomino a ideia de me acostumar a ausência.Mas minhas ideologias foram destruídas por suas certezas. E agora o que tenho dentro e fora de mim é escuro.
Resta nos tímpanos um silêncio cômodo. Na mesa facas e garrafas pela metade.
Minha sede de tudo
é tanta que às vezes acabo sem nada.
Se dependesse de mim, morreria todas as noites. Amanheceria cada dia uma.
Adormeceria com remorso e amanheceria sem lembranças nem culpas.
Me livraria do erro, do passado.
Me livraria dessa minha inconseqüencia. Esse gosto por tudo que transpõe, sobrepuja, enlouquece.
Me livraria do gosto pelo perigo, desafio e lâminas.
Me livraria de você, me livraria de mim.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

'Em cada esquina cai um pouco a tua vida'

Eu nunca chorei por você.
Eu chorei pelas noites em branco que eu passei, pelo estômago que não queria nada, pelas insaciáveis vontades de suprir o vão, por me precipitar ao te deixar entrar...
De nada adiantaria tentar te explicar porque você jamais entenderia.
Gente como você se desvia da realidade, se perde na noite em qualquer esquina. Gente como você foge de sentimento, se apega a ilusão. Gente como você vai embora sem se despedir e volta com um sorriso amarelo. Gente como você engole o choro e leva a vida como se fosse um jogo, não pesa o que perde e o que ganha, se ilude nas noites com uma bebida barata, beija os lábios de uma desconhecida e acha que é feliz.

domingo, 27 de junho de 2010

Meu amor é ontem, é sem data.
É história e é desejo. É antiga música e poesia.
Meu amor é estrada, é calmaria, é lua cheia.
É recordação e expectativa. É destino, é covarde, é pacto, é romance e é quase drama.
Meu amor é sono e é sonho.
Meu amor é saudade, saudade, saudade, vontade.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"Você vai me sorrir, você vai se enfeitar e vem me seduzir..."

Então eu pego, te desonero das minhas idéias. Eu te demito de todos os meus pensamentos.
Mas você reaparece com palavras tão sólidas, com aquele olhar determinado e seu jeito fdp.. e foi inacreditavel a forma com que eu me atirei naqueles braços, digo.. naquele abismo que eu tanto demorei pra sair.
Eu conheço seus planos, seu gosto, seu jogo. E mesmo sabendo de tudo meu coração deixa de acreditar em coelhos de páscoa para acreditar nas suas palavras.
Ingênuo, ele não sabe que coelhos de páscoa são mais verdadeiros.
Eu sei bem onde tudo isso vai dar: vai dar em nada.
E por saber, seria melhor eu virar as costas e sair. Mas a verdade é que é irritante a certeza de que você não será minha, de que você não estará sóbria. É tão excitante quanto perturbador.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

'Se chegue, tristeza. Se sente comigo'

O pior é que eu sei que essa não será a unica noite passada em claro. Ainda haverá muitas outras madrugadas em que o sono nem passará perto de mim e as horas passaram mais lentas. Mas é que hoje, em especial, a noite está muito mais silenciosa do que qualquer pessoa possa suportar.
As músicas do DVD estão muito mais densas, as letras estão irritantemente e de forma pontiaguda falando de saudade.
A noite gelada , esfria ainda mais. Pra mim, a noite não passa de uma boca faminta, querendo me devorar. Por vezes, o vento bate na janela, atravessa as frestas, soa, canta qualquer canção que não me deixa dormir.
Ai eu percebo que o vento nem sempre é um bom amigo e que o quarto quarto nem sempre é um bom abrigo.
Percebo que a noite em fim termina e dá lugar a um dia cinzento, embora do outro lado da janela haja sol.
Dia que não se deve sair de casa, não se deve tirar o pijama largo, dias muito mais bossa nova, dias em que se deve apenas aceitar e dar 'bom dia, tristeza'.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

'Ela então sorriu pra mim...'

Aquela menina do outro lado da rua, com aquele típico olhar 43, fatal. Aliás, seria fatal se ela não tivesse tentando disfarçar. Mas a culpa nem é dela, eu também estou com esse olhar de lado.
Ela nem é tão bonita, mas eu adoro aquele estilo de sapatos, sem falar naquele charme todo. Ela leva uma sacola ecológica deixando a mostra aquele último livro da Fernanda Young que eu ainda não comprei.
Ela tem uma tatuagem de São Jorge na perna, será que ela acredita em São Jorge? Sim, porque eu tenho uma flor tatuada no pé e não levo fé em flores. Até pode ser que ela tenha fé e eu seja uma descrente, mas até onde eu sei flor nenhuma opera milagres.
Ah, se ela não sorrisse assim de lado talvez eu não a acharia tão interessante. Mas agora ela já sorriu.
Agora que ela propositalmente deixou o livro dela aparecer como quem diz 'hey, você que está lendo debaixo dessa árvore. Eu também gosto de livros', ela poderia vir sentar debaixo dessa árvore que eu estou e perguntar sobre o livro que leio; Ou ela poderia sentar do meu lado para ler o livro dela; Ou ela poderia apenas sentar aqui do meu lado. Por que agora eu já não consigo me concentrar em livro algum.
Então eu pego e marco o meu livro na página 43. Bem naquele poema que começava assim: “A esperança me chama, e eu salto a bordo como se fosse a primeira viagem...”. Agora, se essa menina se levantar e for embora dei a ela esses versos. E ao poema dei um rosto, uma tarde, uma história e lembranças de alguém que não conheço, mas gostaria.
E se eu me levantar e for embora, ela lembrara da menina sem nome, sentada no banco? Dará um nome tipo 'a desconhecida' para mim? Ela tatuará meu rosto no pedaço da perna sem tatuagem?
Ah isso não passou de alguns minutos de curiosidade para nós duas. Eu posso me levantar e ir embora sem nenhuma culpa. Não juramos nem prometemos nada. Nenhum trato para seguir. Nada mais do que a vontade de amanhã sair com uma sacola ecológica e enche-lá de esperança. Pegar um sorriso de lado e guardar na página 43 do livro. Então eu me levanto e caminho sem culpa, ultimamente alguns valores tem mudado de significado na minha mente.
Mas agora pretendo, virar devota de São Jorge. Pelo menos até encontra-la novamente.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nós agimos, e só depois paramos pra pensar. Nós sempre fizemos isso com o nosso precoce amor. Ah, foi um pecado ter tido tanta pressa!
Eu me lembro bem do dia que eu pressenti que você não mais voltaria. Eu estava em casa, era umas onze horas da noite e dezembro terminava. Embora tenha sido numa quarta-feira... queria te contar que foi domingo.
É que domingo é dia de apagar a luz, pegar a garrafa de vinho e o disco do Chico.
Domingo são os dias mais categóricos, são dias mais solitários, dias em que se pode chorar e inchar os olhos por que não se tem compromissos. Então prefiro acreditar que você foi embora num domingo. Fica mais bonito, até mais poético assim.
Agora então, aos domingos eu lembro do nosso amor que até nisso foi precoce... morreu cedo.

Livros

Sempre que vou a casa de alguém procuro a mesma coisa: A estante de livros.
Há quem diga que uma casa tem que ter quadros, tapetes e uma bela decoração. Eu já acho que uma casa precisa de uma grande estante de livros!
Se não, onde seus moradores vão guardar sua imaginação?
É na estante que vemos seus objetos de valor, seus amores de uma noite só e aqueles amores para todas as noites. Amores pra vida toda.
Li uma reportagem sobre o 'Futuro do Livro' e não preciso falar da minha indignação.
Sou contra, totalmente contra o 'Livro Digital', eu gosto do barulho das folhas virando. Gosto de Grifar as partes que mais parecem ser escritas pra gente, molhar o rodapé das folhas com lágrimas e morrer de ciúmes ao emprestá-lo a alguém.
Não tem nada mais intimo que meus livros. E não tem melhor lugar pra se conhecer, do que uma boa livraria.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Chorei três dias, depois dormi algumas horas.
Acordei com a certeza de que eu estava só, e isso me apavorava.
Sentei na varanda e derramei soluços hora a fio. É de se querer dar fim na vida quando as esperanças são decapitadas assim. Mas esperei que o amanhã me trouxesse o agradável.
Depois de três quilos, cinco meses e algumas gramas eu voltei a te ver (com outra é claro).
Eu cheguei a tremer, rezei baixinho, e quando tive coragem de ir falar contigo suspirei aliviada.
Foi maravilhosa a sensação de que eu não preciso mais de você!
Então vesti um sorriso bem largo e acendi meu cigarro.
É claro que tenho um passado ainda morno que às vezes me volta, mas tenho também um futuro imenso que gero com a esperança de que nasça para me trazer gostos doces, infinitos enquanto duro.

“não falem dessa mulher perto de mim, não falem pra eu não lembrar da minha dor”

Ja fazem três primaveras que eu estou sem ela. Acho que estou me segurando bem.
Aliás, me perguntaram esses dias o que eu ainda sentia por ela... Enchi meus olhos de lágrimas e disse pra mim mesma ‘Ah eu sinto saudade!’.
Sinto saudade misturada com tesão e raiva, mas muita raiva. Sinto saudade das mãos que brincavam com os lábios.
Sinto saudade dos traços finos e marcantes. Sinto saudade das suas manias estranhas. Sinto saudade da sua letra, no caderno da escola.
Sinto saudade do colo, do beijo, do silêncio.Eu sinto saudade daquelas músicas que a gente cantava, mas eu nem me atrevo a escutá-las sem você.
Faz falta um ombro, faz falta teu corpo ...
Não sei porque insito em manter uma foto sua mantida ao alcance dos olhos, um presente bem guardado, uma saudade incontrolavel e algumas lembranças desnecessarias.
As vezes paro para pensar que num curto espaço de tempo eu deixei de tê-la e passei a procurar desesperadamente uma maneira mais racional de aceitar a sua ausência. Mas como eu nunca aceitei essa ausência, eu continuo achando mesmo que ela ainda deveria estar aqui comigo.
Só quando li a frase "A gente se torna mais dependente de um amor quando ele termina, do que enquanto ele dura" pude entender a nós.
Mas eu acho, eu ainda acho que ela deveria estar aqui comigo!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

No mar, em casa.

Ela tinha os cabelos curtos, mas seu sonho era deixa-los crescer iguais ao de uma princesa.
A sua pele era morena, os olhos brilhavam de tanta ternura.
Ela tinha mãos fortes que seguravam o irmão, que ela tanto se orgulhava de carregar.
Desde pequena seu sonho era ser marinheira. Ela costumava dizer que faria de tudo até conseguir fugir pro mar. Na verdade ela sempre foi cheia de sonhos.
Mas os sonhos daquela garotinha, deram lugar a realidade.
Ela deixou de ter cabelos curtos, ela deixou de ter cabelos. Mas passou a cuidar melhor dos cabelos de suas bonecas.
A pele estava mais abatida, então ela aprendeu a passar batom pra disfarçar a palidez.
As mãos já não tinham tanta força para carregar o irmão, então ela o ensinou a andar do seu lado (na verdade ela ensinou a todos a sua volta como se deveria andar no meio de uma batalha).
Ela também já não queria mais ir pra marinha e muito menos fugir pro mar... Seu sonho agora? Ela só queria voltar para sua casa. Ela só queria ouvir qualquer especialista no assunto dizer para ela: 'você está curada'.

sábado, 8 de maio de 2010

Pouco importa a perspectiva

'...depois de um bom cansaço mental planejando o que fazer com meu final de semana (até então,tão esperado).Decidi que vestiria uma camiseta,dessas que cabem mais meia dúzia de pessoas lá dentro.Depois deitaria debaixo daquele cobertor para assistir o primeiro dos oito DVD’s que aluguei.Ja que agora sou (ou tenho que ser) minha própria companhia.
Não importa a solidão,não importa a galeria de fotos vazia,não importa o tédio de ter que olhar no espelho para ver algum rosto em sua frente,não importa a espera pela mensagem que não vai chegar, não importa a música triste,não importa a falta de fome por falta de companhia para se jantar.Já não importa que as perspectivas para o sábado e o domingo sejam nulas. Porque o fim de semana está garantido como um dos melhores de sua vida.'

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Olha, Ana.

Sabe Ana, uma vez ouvi Chico cantar que 'Pra se viver do amor, há que esquecer o amor'. E se você quer saber eu acho que isso é mesmo verdade!
Todas as vezes que juramos amor a alguém aprendemos uma nova forma de amar. E quantas maneiras há de se amar alguém! Não sei você, mas toda vez que amo alguém, juro por Deus que nunca mais amarei outra pessoa com aquela intensidade, eu falo pra mim mesma que as coisas de fora não são tão grandes quanto meu amor. Mas então aquele amor acaba e eu vejo que quem não era tão grande, era meu sentimento.
[...]
Olha, Ana. O amor é traiçoeiro, ele nos das proporções distorcidas, mas mesmo assim a gente se entrega de olhos fechados para ele.
O amor também é ingrato, pois ele sempre acaba primeiro para uma das pessoas envolvidas.
O amor na verdade é cheio de defeitos, mas ninguém se importa com os defeitos desse danado.
É que ele sabe como chegar. Ele tem uma cara bonitinha. E ele também é doce, isso eu não posso negar. E bem ou mal, todo amor tem seu valor.
[...]
O que Ana, você pergunta sobre o meu coração?
Quer saber? Eu acho que ele ainda pode oferecer esse tipo de sentimento.

segredo é pra quatro paredes.

Esses dias sonhei com você,
Sonhei que era um dia de outono, frio e cheio de segredos.
Pela janela entrava alguns raios de sol e também um vento gelado que me pedia pra te abraçar por debaixo da coberta.
Eu brincava com suas mãos e depois entrelaçava meus dedos nos seus cabelos claros. Fiquei ali presa por um certo tempo.
Me perdi olhando pra você e acabei nem notando que lá fora a noite caia. Os últimos raios de sol foram dando lugar as luzes amareladas das lamparinas naquela velha casa de madeira.
Então chegou a noite. Depois do jantar, do vinho, da ausência de luz... Você se fez ainda mais mulher. Prendeu os cabelos, vestiu a melhor roupa e me fez completa. Adormeceu nos meus braços, e no rádio aquela música antiga dizia o que minha estupidez não me deixou dizer.
Mas era tarde, você dormia e a noite me pedia silêncio... Fiz um pacto com o rádio, com a casa de madeira e a neblina da manhã,
ninguém cantaria a música, ninguém contaria o segredo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Me olha da onde estiver...

Eu pensei que anjos viviam para sempre... Mas não, um dia o anjo voou de volta pro céu.
Sabe, confesso que eu tinha a certeza de que mesmo com as mãos tremulas você sempre estaria do meu lado. Eu pensei que você iria na minha formatura, com aquele vestido florido. Eu ja sabia até como arrumar aqueles cabelos brancos e tão finos...
Eu pensei que a mesma ambulância que te levou, ia te trazer de volta. E eu ia te deitar no meu colo e dizer que eu tinha tomado um baita de um susto.
Mas você não voltava mais ... e eu segurei forte aqueles bichinhos de porcelana que você tanto gostava.(Ah, me desculpa ter quebrado um deles é que minhas mãos estavam tão pesadas quanto os meus olhos inchados.)
Eu me lembro do dia mais triste da minha vida, fazia frio, era um dia nublado... mas em algum lugar deveria haver sol ... Só não era dentro de mim.
Naquele dia uma parte de mim ficou paralisada. A outra parte ficou desgovernada. Na verdade, eu acho que até hoje eu ando desgovernada sem a sua presença. Eu ainda ouço aquelas músicas que você cantava. Eu ainda lembro da receita secreta. Eu sinto o cheiro de colonia dos seus cabelos. Eu ainda preciso tanto de você.
Você que foi mãe, avó, irmã, amiga. Você foi abraço, consolo, broncas e mimos. Você foi amor. Sempre foi amor. E hoje é saudade.


“Ó meu pai do céu, limpe tudo aí
Vai chegar a rainha
Precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faça um favor
Dê um banto a ela, que ela me benze aonde eu for
[...]
Teu lar é no reino divino
Limpinho cheirando alecrim “

quarta-feira, 28 de abril de 2010

segundos bem depressa

É que aquele dia eu olhei nos teus olhos perto de mais, sem nenhuma proteção.
Eu senti seu cheiro e ele insiste em ficar comigo nas noites mais longas.
Ao seu lado as horas passam em segundos bem depressa. E quando retomo o ritmo, com uma ligação você desajusta todas as horas novamente.
Você sabe que meu relogio, caprichoso, anda apenas pensando em horas contigo.
Horas longas que possam amenizar essa estranha certeza de que mal lhe conheço.

Mil perdões.

Desculpa aquela ligação aquela hora da madrugada. Desculpa quando te pedi um romance completo.
Desculpa quando eu fiz de tudo pra estar do seu lado. Desculpa também aquele beijo que eu roubei.
Desculpa minha mão boba. Desculpe cantar aquelas músicas, mas é que você sempre as conhecia e cantava junto.
Desculpa pela mensagem. Desculpa pelo carinho desnecessario.
Desculpa também aquela vez que eu falei que te amava, aquilo não tinha nada a ver com amor.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

metade da noite

Foram palavras de amor passeando pela rua até de madrugada, foram mensagens que contam quase tudo que ninguém mais precisa saber...

E lá se foi um final de semana pela metade, algumas garrafas pela metade, meia duzia de sorrisos pela metade e uma noite que não precisava ter acabado tão cedo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um, dois e ...

No três eu paro de esperar a sua ligação... No três eu desligo o celular e finjo estar cheia de coisas importantes a fazer. No três!
Um, dois ...
Ah mas se esse celular tocasse agora, se você tivesse me ligado hoje eu diria tanta mais tanta coisa.
Eu falaria que não estou desesperada, nada além do que sempre fui.
Falaria que não é nada parcial, nada temporário.
Eu falaria que aquela mensagem foi curta demais para os meus desejos (que eu tento manter em secreto).
Eu falaria pra acabarmos com essa graça de deixar o dito pelo não dito.
Eu falaria pra você não demorar e nem vir muito depressa.
Eu te explicaria que a tua ausência me acendeu a chama, mas é tua incerta presença que vai a manter acesa.
Se você tivesse me ligado eu iria disparar e falar coisas que não devia.
Mas você só entenderia o que eu queria dizer mesmo, se olhasse bem para os meus olhos.
Por que a verdade é que eu não queria querer ninguém, mas agora fudeu... agora eu quero!

Entre cafés, cigarros e cadernos.

As vezes parece que nossa relação não foi escolhida pelo destino, foi um erro, foi um pecado.

E o meu propósito é considerar o passado como passado. E eu até me julgo capaz de conseguir, mas quem disse sou capaz de me ater a esse propósito?

A verdade é que entre cafés e cigarros eu acabo pensando em você. Não em nós, mas em você!

Eu acabo percebendo o quanto de mim ficou contigo, e no lugar trouxe aquelas coisas que eram só suas. Ah, isso é péssimo!

É que eu não consegui aceitar que entre nós, tudo que era par se tornou ímpar. Não consigo engolir o gosto amargo que ficou na minha boca.

E desde então tudo que sobrou de mim, comigo... são quimbas de cigarro no cinzeiro, um pouco de café e uma canção de Toquinho na rádio.

Sobrou também aquela frase de Fernando Pessoa, aquela que diz que ‘escrever é esquecer’, por isso na lista de coisas que ainda me restam vou incluir também caderno velo com caneta falha.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Navegar é preciso ...

É que eu sou pisciana, um signo mutável. E em meia hora sou capaz de passar de ódio a amor sem nenhum problema.

Por isso já te deixo avisada, não é fácil lidar com piscianas, nem de longe!

Nós gostamos é do mar lotado de peixes, mas sabemos que todos eles vão embora. Nós adoramos as oscilações do mar. Adoramos mar bravo, maré cheia e também a calmaria.

Nas emoções, sempre somos surpreendidas. Quando nós mesmas paramos para pensar, vemos que nosso mar de emoções é tão instáveis quanto o oceano. E por mais que esse turbilhão de sentimentos passe pela nossa cabeça ... quando amamos, amamos.

Não importa se vai durar uma semana ou 15 anos. Quando nos permitimos amar nós somos como plásticos pegando fogo, nós contorcemos, perdemos a forma, e no fim derretemos...

E quando derretemos é por que chegamos ao nosso limite, não se pode amar mais que uma pisciana. Mas também não é possível prolongar o tempo desse amor. Piscianas representam o conseqüente escapismo, a fuga do mundo, a fuga de todos, a constante busca da fuga de nós mesmas.

Piscianas são filetes de plásticos que pegam fogo no meio do mar. São exageradas, são demasiados. São crédulos no amor instantâneo, no amor livre e no amor eterno, e é justamente esse amor que nos mata aos pouco, e nos faz reviver intensamente.

sábado, 3 de abril de 2010

Des (a) tino

Amanha ou depois nós medimos o penar, os ocios do oficio, as consequencias dos atos. Hoje o que importa é que estamos tão perto, tão perto de ficarmos longe de mais... Eu prometo que será a ultima vez que juntaremos nossas almas e em vão tentaremos transforma-las numa

Minha querida, vem cá, se é pra noite passar... que seja ao seu lado pra pelo menos ter do que lembrar! Você que é meu destino, digo ... desatino. Fica do meu lado e enquanto a noite fria vai embora deixe algumas palavras de amor la fora, passeando pela madrugada.

Finja nao saber de nada, finja que nao vivemos nada, finja que eu tambem nao tenho planos pra depois. Ficaremos aqui até que a primeira se canse, ficaremos aqui até a próxima ligação.Deixe o dia chegar e com ele o esquecimento. Deixe o efeito passar e com ele o sentimento.

quarta-feira, 31 de março de 2010

'... um conto de amor Sem ponto final ....'

Eu achei que seria certo ficar evitando a palavra ‘amor’.Confesso que quando eu estava chegando perto dela eu corria pro sentido oposto.

Foi assim com você também. Eu te via e logo dava um jeito de sair de lá. Se você ia eu evitava te encontrar. Eu queria ter você, mas naquele momento o primordial era te esquecer!

É que para mim você era claramente um ponto de interrogação, você era um copo de veneno e contigo ficava perto do céu e perto do crime.

Então eu decidi te encontrar e daríamos o ponto final naquela história que nem tinha começado. É claro que nós sentaríamos jogaríamos coisas na cara da outra e então iríamos embora 10 quilos mais leves. Era óbvio, se não houvesse mais nenhum sentimento.

No caminho eu sentia ansiedade, misturada com tesão e saudade. A saudade era só pra romantizar nossa história que não tem nada a ver com um romance. Mas você chegou tão linda e eu em pensamento te xinguei, xinguei por nunca ter ficado tão linda pra mim como naquele dia.

Quando começamos a falar foi que percebi que não queríamos sinceridade não, ninguém queria lembranças, ninguém se importava com o passado e isso era um pouco sem querer, e um pouco de propósito.

Você sorriu e naquela hora eu queria arrancar o romantismo de dentro de mim. Por que a minha vontade era guardar aquele sorriso bem dentro da minha boca.

Ficamos ali, não sei quanto tempo, conversando sobre qualquer besteira. Quando me dei conta nós já estávamos dentro do carro. Já estávamos indo suprir nossa ansiedade, nosso tesão e nossa saudade.

Depois do sexo, seria o momento exato para conversar. Seria exato se já não tivesse passado das 3, seria exato se eu pudesse ficar mais.

Então deixamos para sair outro dia, conversar outro dia e nesse outro dia daremos um ponto final na nossa história ...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Francisco Buarque de Hollanda

Depois que A Banda do Chico passou, parece que nada mais ficou no lugar!

Acabei trocando de papel com a Barbara, Beatriz, Cecília, Gabriela, Iolanda...

Eu que andava com minha cabeça já Pelas Tabelas, hoje sentei e coloquei suas músicas o mais alto que pude, Como não se ouvia mais.

Entre um verso e outro dava tempo apenas de soluçar aquelas palavras, que com toda certeza, foram escritas para mim. (é incrivel como toda mulher tem a certeza disso). E confesso que todo dia tenho esperança de encontrar Chico numa esquina qualquer. A verdade é que nuna encontro, mas acabo encontrando suas letras, suas melodias, sua voz, seu amor, sua simplicidade, sua genialidade.

Também se encontrasse com ele não teria coragem de dizer nada, li uma certa vez que ‘idolos não devem ouvir, mas tem a obrigação de ser ouvidos’ e é isso o que faço.

Ele é sim, assumidamente meu ídolo!

Também não é dificil idolatrar alguem que escreveu letras como ‘Eu te Amo’ ‘As atrizes’ ‘olhos nos olhos’ ‘tatuagem’ ‘samba e amor’ ‘vai passar’... e todas as outras.

É que Chico com sua Valsinha Brasileira, com sua fantasia, com seu violão e dono daquela voz se tornou um vicio, e religiosamente eu preciso ler e ouvir tudo que ele tem a dizer.

Chico vicia, suas letras comprometem, sua música traduz e sua voz acalma.

Que ele é humano, eu sei. Mas que ele tenha defeitos ... Ah! Isso eu duvido.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Bruta flor do querer.

Hoje quero dvd. Quero almofadas grandes. Quero não precisar do seu abraço. Quero correr. Quero não me importar. Quero arriscar tudo, pra vê como anda minha sorte. Hoje quero meus sonhos de volta. Quero Chico, Bethânia e Led Zeppelin. Quero o passado de volta. Quero correr pro futuro. Quero meia hora de paz. Quero um segundo de perfeição. Quero chocolate. Quero bebida e muito cigarro. Hoje quero você. Quero esquecer você. Quero que doa em ti também. Quero um buraco, que leve sei la pra onde. Quero vento. Quero tempo. Quero o acaso.

Eu quero meus sonhos de volta.

Meu caro amigo Ciro ...

Com você dividi segredos, culpas, lembranças e garrafas. Peguei a jaqueta emprestada. E no meio da tempestade, peguei teu ombro pra fazer de abrigo.

Ja fomos ouvidos e fomos confissão. Ja fomos ausencia e ja brigamos por estar muito tempo juntos.

Ja nos perdemos no mar, ja corremos pra longe. Ja fugimos de tanta gente, mas só fugiamos quando tinhamos a certeza de que o outro viria junto....

Tentei lembrar das datas de cada uma dessas coisas, mas você também conhece a minha memória falha e minha falta de paciência com ela.

Eu não lembro de quando te conheci, não lembro da primeira conversa, nem do primeiro passeio. Não lembro como foi que você passou a me conhecer tão bem, as vezes me decifra antes mesmo de eu me entender.

Não lembro quando foi que você passou a ser essencial para mim. Não lembro quando foi que começou essa minha idéia medieval de que você é só meu.

Não me lembro em que vida foi que passamos a ser um só, e ter como obrigação (e privilégio) nos encontrarmos quantas vidas forem nescessárias.

Não me lembro quando passei a te admirar tanto, e querer pensar igual a você em determinados assuntos, querer seus palpites só por ter a certeza de que sua idéia era melhor que a do fulano.

Não me lembro dos dias, meses, e talvez confuda o ano em que cada detalhe da nossa história aconteceu. Mas de fato, sei que você sempre esteve lá.

E eu, justo eu, que amava o singular, o ímpar. Não posso me imaginar sem você do meu lado.

domingo, 14 de março de 2010

desordenada

Se eu tivesse que ser sua eu seria ponto.

Mas ai você fica me pedindo pra não sumir mais, me pede também pra ir te ver naquele lugar de sempre. Me pede pra perdoar sua ausencia, e pra não ligar pra suas falhas.

Ah, mas eu queria te dizer que isso não se pede, você me perde assim.

Me perde quando me diz que sim, e em meia hora volta a dizer que não. Me perde quando nao entende a diferença entre querer muito e querer somente.

A verdade é que parece que eu deixo meus sentimentos pendurados num cabide (como se na hora certa fosse usa-los) mas você vai lá pega emprestado e finge que são seus. E é dificil de admitir, mas a verdade é que ela fica tão bem em ti.

E confesso que quando vejo vocês dois juntos, meus sentimentos e você, chego a sentir que nós poderiamos dar certo. Mas cá entre nós, vocês nunca se deram muito bem e não seria agora que iriam se entender perfeitamente. Ai volto pra realidade e percebo que você é mais uma daquelas pessoas que não se pode esperar muito....

Não precisa tentar entender, nosso coração sente um monte de coisa desordenada mesmo.

E essa ladainha toda, é pra dizer coisas bem simples:

Não tenho medo de enjoar de você, tenho medo de enjoar de te esperar. É que você se parece muito comigo, e isso me assusta!

quarta-feira, 10 de março de 2010

frente - a - frente

Não sei porque insisto em manter uma foto sua mantida ao alcance dos olhos, uma saudade incontrolavel e algumas lembranças desnecessarias (mas muito bem guardadas).

Eu procuro os pontos negativos de nossa relação. Mas tudo que encontro são toalhas molhadas em cima da cama, ou coisas banais do mesmo tipo. Acabo mesmo é me lembrando de nossos conversas sem ponto de interrogação, nossas noites sem cansaço, e tudo aquilo que não diz respeito a ninguém que estivesse do lado de fora do quarto!

Me lembro de quando murmuravamos bobagens importantissimas, quando queria me cercar com qualquer coisa que parecesse um sorriso ou quando completava minhas frases e meus sonhos.

O combinado era deixar o tempo passar. Mas agora descobri que o tempo vai passando no seu proprio tempo, e a gente vai botando em dia a palavra ‘saudade’. Mas é que quando parece que o tempo parou de brincar com a gente e decidiu passar ... Ah ai você reaparesse, e reaparesse tão determinada e filha da puta que aos poucos me faz aceitar tudo aquilo que ja sei de cor.

Mas cá entre nós, ja foram tantas as vezes que você veio e foi embora que eu ja até aprendi a controlar o vazio que fica, aprendi a esquecer o cheiro, apagar os gestos e todas aquelas frases.

Quando penso que já é hora de trocar a paixão pela ponderação, você chega com a falta de sentidos e o excesso de sentimentos. Você traz todo desejo e vai embora me deixando a tristeza que estava guardada pra mais tarde.

Agora entenda, meu bem, toda felicidade traz com ela emoções secretas. Nós e nossa convivencia, já conhecemos tudo que era pra ser segredos. Nós perdemos a decência quando chegamos a esse ponto de transparência, mas perdemos mesmo é o juizo quando nós estamos frente - a – frente.

Carnal

Oh, meu bem!
Vamos deixar algumas coisas bem claras por aqui...
Não é certo você me beijar com lábios frios e logo depois nos incendiar de desejo.
Mas é justo nosso sexo (quase) sem culpa!
Não é agradável te ver beijando outras em minha frente.
Mas continue fazendo isso para que eu me sinta de igual liberdade, e também por que adoro ver sua cara nessas horas.
Mas o mais importante, não é viável que se entregue... pois se eu não ter-te como 'minha' poderei possuir-te sempre.
Deixe estar, como esta!
Me deixe confusa também, na verdade a maioria das mulheres adoram essa sensação de estar correndo perigo.
Muito cuidado com o que você me pedir, pra gente não se perder!
A fidelidade, e os votos de eterno amor nós vamos deixar para os casais normais. Vamos logo pular pra parte que tem mais a nossa cara ... Sabe, aquela de desejos, diversão e coisas mais carnais!

Fim de tarde

“ Eu vou deixando no caminho o pouco de ti que ainda resta em mim. Não queria mas levo comigo bem mais do que boas lembranças...
Não vá chorar agora não querida, guarde as lágrimas pra depois... Quando a solidão chegar elas serão bem mais úteis. E quando essa chegar não te desejo boa sorte, eu quero apenas que você se vá. Leve contigo esse perfume, esse teu jeito, aquele gosto e todo esse desejo por que você foi assim, feito droga pra mim!
Vê se leva tudo de ti que é pra eu não ter razão pra chorar !
Não volte pra me procurar, seus olhos ainda dizem muitas coisas aos meus, teu sorriso ainda vai me encantar. E se um dia eu cair na tua de novo, por favor me lembre que você jamais reuniria forças para lutar por mim.
Não deixe a nossa música tocar no rádio, não releia as antigas cartas de amor, não pense que eu fui por não te amar ! Vou desejar ter você, vou desejar esquecer você!
Por enquanto vai ser assim, a sua falta vai continuar me incomodando. De fato, vou chorar algumas vezes mas nada que me faça querer voltar pois sei que me afogaria se ficasse aqui, esperando você me salvar.
Mas quando eu encontrar os controles, quando meu inverno passar, só ai eu vou acreditar que o tempo cura qualquer dor.
Não sei por que mas quando pensei em você sacudi a cabeça como se fosse uma tortura dentro de mim... Vou pra lá, meu bem, quem sabe o amor de longe vá ficando mais ardente ou mais pobre de esperança. Assim eu não sei que parte de nós ganha mais, a que mata ou a que morre!
Você devia ter feito alguma coisa pra me ter, ou me deter.
É fim e tarde, e você sabe...
Eu te amava!”