domingo, 27 de junho de 2010

Meu amor é ontem, é sem data.
É história e é desejo. É antiga música e poesia.
Meu amor é estrada, é calmaria, é lua cheia.
É recordação e expectativa. É destino, é covarde, é pacto, é romance e é quase drama.
Meu amor é sono e é sonho.
Meu amor é saudade, saudade, saudade, vontade.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"Você vai me sorrir, você vai se enfeitar e vem me seduzir..."

Então eu pego, te desonero das minhas idéias. Eu te demito de todos os meus pensamentos.
Mas você reaparece com palavras tão sólidas, com aquele olhar determinado e seu jeito fdp.. e foi inacreditavel a forma com que eu me atirei naqueles braços, digo.. naquele abismo que eu tanto demorei pra sair.
Eu conheço seus planos, seu gosto, seu jogo. E mesmo sabendo de tudo meu coração deixa de acreditar em coelhos de páscoa para acreditar nas suas palavras.
Ingênuo, ele não sabe que coelhos de páscoa são mais verdadeiros.
Eu sei bem onde tudo isso vai dar: vai dar em nada.
E por saber, seria melhor eu virar as costas e sair. Mas a verdade é que é irritante a certeza de que você não será minha, de que você não estará sóbria. É tão excitante quanto perturbador.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

'Se chegue, tristeza. Se sente comigo'

O pior é que eu sei que essa não será a unica noite passada em claro. Ainda haverá muitas outras madrugadas em que o sono nem passará perto de mim e as horas passaram mais lentas. Mas é que hoje, em especial, a noite está muito mais silenciosa do que qualquer pessoa possa suportar.
As músicas do DVD estão muito mais densas, as letras estão irritantemente e de forma pontiaguda falando de saudade.
A noite gelada , esfria ainda mais. Pra mim, a noite não passa de uma boca faminta, querendo me devorar. Por vezes, o vento bate na janela, atravessa as frestas, soa, canta qualquer canção que não me deixa dormir.
Ai eu percebo que o vento nem sempre é um bom amigo e que o quarto quarto nem sempre é um bom abrigo.
Percebo que a noite em fim termina e dá lugar a um dia cinzento, embora do outro lado da janela haja sol.
Dia que não se deve sair de casa, não se deve tirar o pijama largo, dias muito mais bossa nova, dias em que se deve apenas aceitar e dar 'bom dia, tristeza'.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

'Ela então sorriu pra mim...'

Aquela menina do outro lado da rua, com aquele típico olhar 43, fatal. Aliás, seria fatal se ela não tivesse tentando disfarçar. Mas a culpa nem é dela, eu também estou com esse olhar de lado.
Ela nem é tão bonita, mas eu adoro aquele estilo de sapatos, sem falar naquele charme todo. Ela leva uma sacola ecológica deixando a mostra aquele último livro da Fernanda Young que eu ainda não comprei.
Ela tem uma tatuagem de São Jorge na perna, será que ela acredita em São Jorge? Sim, porque eu tenho uma flor tatuada no pé e não levo fé em flores. Até pode ser que ela tenha fé e eu seja uma descrente, mas até onde eu sei flor nenhuma opera milagres.
Ah, se ela não sorrisse assim de lado talvez eu não a acharia tão interessante. Mas agora ela já sorriu.
Agora que ela propositalmente deixou o livro dela aparecer como quem diz 'hey, você que está lendo debaixo dessa árvore. Eu também gosto de livros', ela poderia vir sentar debaixo dessa árvore que eu estou e perguntar sobre o livro que leio; Ou ela poderia sentar do meu lado para ler o livro dela; Ou ela poderia apenas sentar aqui do meu lado. Por que agora eu já não consigo me concentrar em livro algum.
Então eu pego e marco o meu livro na página 43. Bem naquele poema que começava assim: “A esperança me chama, e eu salto a bordo como se fosse a primeira viagem...”. Agora, se essa menina se levantar e for embora dei a ela esses versos. E ao poema dei um rosto, uma tarde, uma história e lembranças de alguém que não conheço, mas gostaria.
E se eu me levantar e for embora, ela lembrara da menina sem nome, sentada no banco? Dará um nome tipo 'a desconhecida' para mim? Ela tatuará meu rosto no pedaço da perna sem tatuagem?
Ah isso não passou de alguns minutos de curiosidade para nós duas. Eu posso me levantar e ir embora sem nenhuma culpa. Não juramos nem prometemos nada. Nenhum trato para seguir. Nada mais do que a vontade de amanhã sair com uma sacola ecológica e enche-lá de esperança. Pegar um sorriso de lado e guardar na página 43 do livro. Então eu me levanto e caminho sem culpa, ultimamente alguns valores tem mudado de significado na minha mente.
Mas agora pretendo, virar devota de São Jorge. Pelo menos até encontra-la novamente.